Na tarde de sábado (18/11) ocorreu mais um encontro do coletivo Movimento Popular por uma Ceilândia Melhor (MOPOCEM), com o tema “Desigualdades Social e Racial no Brasil - uma realidade a ser transformada”. As palestras para o desenvolvimento do tema foram proferidas pelos seguintes debatedores: Júlio Miragaya (Presidente do Conselho Federal de Economia e Militante da Campanha pela Redução da Desigualdade Social no Brasil) e Viridiano Brito (Ex-Secretário Especial da Igualdade Racial do DF, um dos coordenadores do MOPOCEM e membro da Diretoria da Associação Comunitária da Expansão do Setor “O” - ACESO).
O evento foi organizado pelo MOPOCEM, no espaço das Irmãs Vicentinas, no Centro Comunitário do Idoso - Luiza de Marilac, à QNN 32, Módulo C, Setor N - Ceilândia Sul.
O professor Gilberto Ribeiro membro da coordenação do MOPOCEM, coordenou o encontro e logo abriu espaço para Socorro Leitão (militante do MOPOCEM), para fazer um convite. Socorro convidou o coletivo para participar do um Ato Público: “Ceilândia pelo fim da violência contra a mulher”, que ocorrerá na CNN 2, ao lado da Feira Central de Ceilândia, no sábado(25/11), de 9 às 12h. Na sequência, Madalena Torres, militante do MOPOCEM, fez umabreve apresentação dos 7 anos do movimento.
Após a fala de Madalena, Júlio trouxe dados muito importantes enfatizando que no mundo, apenas 1% dos habitantes da Terra tem a mesma riqueza que os outros 99%.
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e dos estados, o mais desigual é o DF. Apenas6 famílias brasileiras têm a mesma riqueza que a metade da população brasileira, ou seja, 103 milhões de pessoas.
Os ricos pagam, proporcionalmente, menos impostos que os pobres. A desigualdade social, comprovadamente, é uma das principais causas da violência.
Viridiano falou sobre a história do negro no Brasil. a discriminação e escravização do povo negro desde a colonização. Ressaltou que a cada 04 pessoas pobres no Brasil, 03 são negros. A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado. Mais de 60% dos presos no Brasil são negros, mulheres e homens negros têm os menores salários, 58% da violência doméstica quem sofre é o negro. Um pequeno avanço é que 54% da população da brasileira se declara negra. O analfabetismo no Brasil é maior entre as mulheres negras.
No Brasil, 206 milhões de pessoas vivem em situações sociais e regionais muito diferentes. Apesar das melhoras ocorridas nos últimos anos, milhões de brasileiros ainda vivem na pobreza, principalmente, o povo negro.
Enquanto milhões passam enormes dificuldades, pelejando dia e noite para comer, ter um teto para morar, um trabalho e uma terra para plantar, a classe rica têm bens em excesso.
Vários elementos explicam esse cenário, o histórico de ocupação da terra brasileira pelos portugueses, o que sempre beneficiou os mais ricos; a escravidão no Brasil, que traz suas marcas até hoje; a falta de reformas estruturais, como a agrária, a dos meios de comunicação; a fiscal e tributária, a exploração do trabalhador, em resumo, um sistema político, econômico e social feito e mantido para beneficiar pouquíssimas pessoas e prejudicar a maioria.
Ambos tiveram 20 minutos para discorrer sobre o tema e as saídas apontadas, para que o povo brasileiro seja protagonista de sua história são:
· ampliar a democracia, a participação social;
concretizar a realização das reformas estruturais: agrária, tributária, fiscal, dos meios de comunicação e, principalmente, a reforma política;
· forjar uma cultura antirracista e antidiscriminatória na sociedade brasileira;
· ampliar as políticas afirmativas que diminuam as desigualdades e beneficiem a maioria do povo brasileiro.
Após as palestras, todos foram convidados para o lanche, com uma mesa farta de frutas, sucos, bolos e tortas.
Na sequência, a professora Ana Cristina de Castro diretora da diretoria de Educação de Jovens e Adultos (DIEJA/SEDF) recebeu a reivindicação dos alunos do Programa DF Alfabetizado que pediram a implantação do 1º Segmento da EJA no CEF 30, no Condomínio Privê, local em que estudam numa turma de alfabetização do Programa DF Alfabetizado. Essa solicitação se deu porque a escola tem estrutura e se desejarem continuar os estudos terão que atravessar a passarela e andar pelo menos 3 quadras, à noite, para encontrar uma escola de EJA.
Participaram pelo CEPAFRE, 4 membros da Diretoria; associados, representantes de vários movimentos sociais de Ceilândia, frequentadores do CCI, alunas do IESB, entre outros. O encontro contou com 66 assinantes.
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