Na tarde de sábado (14/06), de 14h30 às 17h30, no Auditório do Polo de Extensão da UnB/NPJ - Ceilândia, na CNN 01, Bloco E - Piso superior, ocorreu mais uma reunião do Mopocem, a fim de discutir a pauta, conforme especificação no Card abaixo:
Ivanete informou sobre o programa “Lumi Ambiental”, que ocorrerá na manhã de 17/06/25, das 8h às 9h e entrevistará o professor Wagner Martins (Dr. em Saúde Pública), cuja temática abordada será “Justiça climática” e, na mesma data, divulgou a audiência pública “Não à usina termelétrica” que ocorrerá no Centro Cultural de Samambaia, às 19h.
Edmilson relatou sobre a greve dos professores, o trabalho do comando de greve e as dificuldades encontradas para negociação com o GDF.
Pedro informou sobre os encaminhamentos da reunião da Comissão para discutir cursos noturnos no Campus de Ceilândia, às 11h, do dia 14/6, relatando que o formulário de pesquisa já está testado e pronto para ser enviado ao público de interesse, continuou relatando sobre a reunião realizada na ADUnB, e que por motivo da greve dos professores e dos orientadores, o Seminário do dia 3/7, foi adiado para o dia 21/08.
Maria Luiza informou sobre Fórum Nacional de Redução da Desigualdade Social, que está com uma campanha com a temática “Estrutura tributária regressiva + R$ 1 trilhão para os juros da dívida. Até quando?”
Sobre o tema da reunião de hoje, “Memórias de uma universidade pública em Ceilândia – Passado, presente e futuro”, Doris em 25 minutos falou da política de criação dos Núcleos de Extensão do Paranoá, Novo Gama e Ceilândia, sendo que o da Ceilândia começou no Quarentão numa negociação da reitoria da UnB com o GDF. Vieram trabalhos de extensão oriundos de 15 cursos: serviço social, jornalismo comunitário, projeto criança (CECRIA), das raizeiras, horto de plantas medicinais, Cordato da Psicologia, redação como libertação, odontologia e muitos outros. O Núcleo de Extensão do Paranoá acompanhou a resistência da remoção da Vila Paranoá para o espaço atual, da Vila da Telebrasília, inclusive com assessoria jurídica da UnB. Falou da influência das professoras Safira Bezerra Amann que, inclusive, escreveu a obra “Os incansáveis: Movimento Popular de Brasília” (1987), lembrou Thérèse Hofmann da arte, Vicente Faleiros, Eva Faleiros e Aldair Barros que movimentaram a extensão, estimulando Doris, estudantes e outros a atuarem no trabalho de extensão. O objetivo da extensão era elaborar pesquisa com os saberes científicos e os saberes populares, devolvendo-os à comunidade, para reflexão da práxis dos sujeitos e seus fazeres, além de reafirmar a função social da própria universidade.
Rememorou o decano à época, Volney Garrafa e Sílvia Arruda que coordenou o Núcleo de Extensão de Ceilândia, assim como, o professor José Geraldo que veio logo depois, até ganhando um prêmio com projeto de extensão “Direito Achado na rua”, entre outros. Finalmente, relembrou a inauguração do Núcleo de Extensão de Ceilândia no início de 1988, prédio comprado pelo reitor Cristóvam Buarque por reivindicação dos movimentos sociais de Ceilândia que, por sua vez, continuaram reivindicando uma universidade pública que atendesse a população de estudantes e trabalhadores da cidade.
Maria Luiza Pinho Pereira, professora aposentada da FE/UnB, atual Vice-presidenta da ADUnB, fez uma análise de conjuntura da situação econômica do Brasil, do início da UnB em Ceilândia na década de 80, de Ceilândia ter sido uma “política de higienização” do Plano Piloto e, que muitas vezes, as assistentes sociais eram utilizadas para convencerem os pobres a deixarem os centros da cidade e se mudarem para a periferia, com isso se tornavam mais distantes dos centro da cidade e de tudo que os centros urbanos oferecem.
Na ideia de Darcy Ribeiro, universidade era para todos, porém com o golpe militar a universidade pública foi ficando mais distante do povo. Da mesma forma, o golpe se justificou para que não houvesse reforma agrária no Brasil, justiça e direitos ao povo trabalhador.
O ensino noturno no campus Darcy Ribeiro também não foi fácil implantar, foi uma luta árdua, pois sempre houve resistência. A ação organizada dos movimentos sociais é que foi abrindo negociações para novas conquistas.
Ressaltou sobre o projeto “Vida e água nas ARIEs” que abrange um setor de Ceilândia, Por do Sol e Sol Nascente, e que o campus de Ceilândia está nas ARIE. Continuou refletindo sobre o intercâmbio Brasil e Cuba, um projeto muito importante entre os dois países, pois visa apresentar Paulo Freire e suas concepções filosóficas da educação aos universitários de Cubanos e o mesmo sobre José Marti no Brasil.
Falou da importância de Ceilândia ser uma cidade educadora no sentido do que pensava Paulo Freire, sobre uma cidade que luta por direitos e por políticas públicas de qualidade, que educa e transforma.
Sugeriu que o documento que o movimento está construindo, semelhante ao Manifesto do antigo Mopuc trouxesse dados sobre antecedentes históricos da luta pela universidade pública; dados atuais e projeção da realidade socioambiental e política de Ceilândia e região com a produção científica, tecnológica, filosófica, artística e saberes populares da região; resultado analítico da pesquisa; referenciais orientadores da reivindicação da UnB em Ceilândia e região - Universidade integrada no território pela concepção de cidade educadora (apoio da Cátedra UNESCO - cidade que educa e transforma), princípio da educação libertadora de Paulo Freire e José Martí, desafio da transdisciplinaridade, soberania tecnológica dialógica, comunidade de trabalho e aprendizagem em rede-CTAR; proposta da UnB na Ceilândia articulada com o IFB como resposta à demanda atual e futura de uma Cidade Educadora.
Ao final, o grupo encaminhou: a) enquanto a greve não acabar, o movimento social vai enviar o formulário a ser respondido pelo público destinado, estudantes de ensino médio, do 3° segmento da EJA e comunidade em geral; acatada a sugestão da Maria Luiza de integrar o grupo de elaboração do documento com os itens aprovado, bem como Ailton Velez, como integrante do movimento cultural; que o Mopocem deve dar atenção especial à luta pela universidade pública e à questão da cultura. Foi reforçado sobre a participação nas atividades de luta pelo meio ambiente, pela revitalização do Rio Melchior e contra a construção da Termelétricas na região de Samambaia.
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