sábado, 18 de novembro de 2017

Diálogos de Justiça e Paz – Terra, Teto e Trabalho


Na manhã de domingo (12/11), na Cúria Metropolitana de Brasília, Maria Madalena Torres do Movimento Popular por uma Ceilândia Melhor (MOPOCEM) e Maria José(Zezé) do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), apresentaram ao Cardeal de Brasília D. Sérgio da Rocha e D. Leonardo, no Diálogo de Justiça e Paz pontos discutidos, anteriormente, entre os movimentos: Passe Livre do DF; Movimento Popular por uma Ceilândia Melhor; Ocupação Mercado Sul (Taguatinga) e Movimento Cultural do Mercado Sul, MTST - Movimento dos Trabalhadores Sem Teto no DF e o Movimento de População de Rua sobre os problemas do mundo que envolvem a questão do TETO.
 1)Problemas do Mundo Urbano
· Especulação imobiliária e grilagem de terras,  ameaças de morte a lideranças dos movimentos, criminalização dos movimentos populares urbanos e rurais; desocupações urbanas ilegais e desumanas;
· Negação na garantia dos direitos básicos (saúde e hospitais públicos, bibliotecas públicas, espaços culturais, educação) e atraso dos benefícios sociais (direito benefício excepcional(aluguel), cesta emergencial, bolsas para os alfabetizadores, auxílio vulnerabilidade);
· Desemprego crescente e aumento da violência urbana;
· Dificuldade no acesso ao Passe-Livre Estudantil. Transporte gerido pelas empresas;
· Falta de apoio e solidariedade da Igreja para com os movimentos populares;
· Desorganização da sociedade como um todo, confusão e dispersão de lutas e multiplicação dos preconceitos contra os pobres;
· Negação e violação dos territórios indígenas, quilombolas e das religiões de matriz africana;
· Desrespeito e violência contra a população e famílias em situação de rua;
· Contaminação e poluição do meio ambiente (destruição do cerrado), das nascentes e dos rios;
· Falta de planejamento a longo prazo da gestão da água e transparência;
Racionamento desigual da água; falta de responsabilização do agronegócio e das empresários e clubes que privatizam a água das nascentes e mananciais.
Bandeiras dos Movimentos Populares Urbanos:
· Promover o trabalho técnico-social de respeito mútuo e aos direitos humanos, à convivência coletiva e à organização popular na luta por moradia e pelo direito à cidade (educação de qualidade; transporte público, água, luz.Retomar espaços urbanos para manifestações culturais que resgatem a identidade dos lutadores/as sociais; como forma de enfrentamento ao uso indevido de drogas legais e ilegais;
· Luta por moradia, com a garantia dos demais direitos à educação e transporte públicos de qualidade; alimentação, trabalho e cultura;
· Tarifa Zero nos transportes urbanos; gestão pública dos transportes, com atuação de conselhos de transportes em cada cidade; financiamento público progressivo; operação pública do sistema de transporte; estabilidade dos trabalhadores e trabalhadoras dos transportes;
· Formação política popular de membros dos movimentos populares urbanos;
· Luta por acesso ao Ensino Superior em horário compatível com a realidade dos trabalhadores/as;
Luta por água para todos, inserida na luta do Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA)
Desafios e demandas dos Movimentos Populares Urbanos
· Aproximar a Igreja Católica dos Movimentos Populares Urbanos, com respeito à autonomia dos movimentos, amplificando sua voz e suas bandeiras;
· Presença da Igreja e das Pastorais Sociais nas ocupações urbanas para conhecer e promover socialização das pessoas e acesso a direitos;
· Solidariedade das Paróquias, comunidades, pastorais e movimentos com as ocupações urbanas; e participação direta das pastorais sociais em suas próprias localidades e nos mutirões de construções;
· Participação efetiva dos cristãos das paróquias e comunidades nos movimentos sociais de mobilização, nas lutas e organizações sociais, nos conselhos de políticas públicas;
· Contribuição da igreja, para esclarecer a população sobre a legitimidade das lutas dos movimentos populares urbanos e na divulgação dos direitos socioassistenciais;
Intervenção do Cardeal junto ao Governo Federal e ao Ministério das Cidades para garantia e retomada da “Minha Casa, Minha Vida – Entidades” para liberar os recursos para construção dos empreendimentos já selecionados e contratados.

Participaram pelo Mopocem os coordenadores: Gilberto Ribeiro e Viridiano Brito e Maria do Socorro Leitão como militante do MOPOCEM.


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