segunda-feira, 2 de junho de 2025

Formação Continuada com o tema "Alfabetização e Linguagem do Cinema" – 30/05/2025

Na noite de sexta-feira, 30 de maio de 2025, às 19h, foi realizada mais uma edição da formação continuada com foco na Educação de Jovens e Adultos (EJA). A atividade teve início com a simulação de um círculo de cultura, especificamente na etapa em que, após o trabalho com palavras geradoras e suas famílias silábicas, os alfabetizandos passam a formar novas palavras.
A educadora Madalena ditou seis palavras — filhote, filha, região, foge, lia e linha — que foram escritas no quadro por Adriana. Em seguida, foi realizada uma correção coletiva, com perguntas dirigidas aos participantes: "Como se lê essa palavra?", "Qual família silábica está sendo trabalhada?", "Quantos movimentos da boca são feitos para pronunciá-la?", "Quantas novas palavras conseguimos formar?", "Quais foram as dificuldades de leitura e escrita identificadas?" etc.


Madalena destacou a importância de possibilitar que os alfabetizandos descubram seus próprios "erros", enfatizando que o alfabetizador deve dominar a pedagogia da pergunta e evitar atividades desconectadas, que não favoreçam o processo de descoberta.
Na sequência, foram exibidas três reportagens sobre os processos de despoluição dos rios Tâmisa (Inglaterra), Pinheiros (São Paulo) e a poluição do rio Melchior (Distrito Federal). A partir dos vídeos, Madalena provocou a turma com a pergunta: “Quais palavras geradoras têm relação com esse conteúdo?”. As palavras sugeridas foram: água, lixo, chuva e secura. Também foram levantadas questões como: “O que é meio ambiente?” e “Qual a relação entre meio ambiente e os movimentos sociais?”. Ao final, todos concordaram que a palavra que mais se relacionava com os vídeos era água.
Adriana então colou no quadro um cartaz com a imagem e a palavra água, iniciando um debate sobre sua importância: para que serve, se a água do mundo pode acabar, problemas ambientais, gastos, privatização do fornecimento e formas de lutar em defesa do meio ambiente. Madalena também trouxe à tona os biomas brasileiros, especialmente o Cerrado — bioma do Distrito Federal —, e reforçou a importância da participação dos alfabetizadores em movimentos sociais e partidos políticos.
Lucas foi convidado a trabalhar a palavra geradora com a turma, explorando diferentes formas de leitura. Ele pediu que os participantes identificassem as vogais, o acento e demais elementos na palavra. Retirou o primeiro cartaz e colou outro com a palavra ÁGUA em destaque. Madalena ressaltou a importância de garantir que todos os alfabetizandos leiam os cartazes e que, ao fim de cada um, se relembre qual é a palavra trabalhada.
No momento de transição para o terceiro cartaz, foi feita a pergunta: “Quantos movimentos a boca faz para dizer a palavra água?” Madalena orientou a identificar as letras iguais nas famílias silábicas (geralmente as consoantes) e as diferentes (vogais). Ao trabalhar o cartaz dividido em sílabas (Á GUA), ela reforçou que a leitura deve ser feita pedaço por pedaço, evitando que os alfabetizandos decorem a palavra. A proposta é que eles reconheçam as sílabas e evitem a leitura letra por letra.
Nesse contexto, surge a pergunta provocativa: “Todos aqui têm família? As sílabas também têm.” Márcia conduziu a leitura coletiva das famílias silábicas, e Madalena alertou que algumas famílias são diferentes ou incompletas, por conta de dificuldades fonéticas, e devem ser apresentadas em momentos distintos. Pedro fez uma analogia entre essas dificuldades e as ausências nas nossas próprias famílias.
Em seguida, Madalena propôs a formação de novas palavras (como égua, Iguaçu, iguana, aguou, água), incentivando o uso da ficha de descoberta, para identificar letras iguais e diferentes na horizontal e vertical. Essa etapa favorece tanto o reconhecimento das letras quanto a formação de novas palavras. A orientação foi formar cerca de 15 palavras e corrigir na mesma noite, para que os alfabetizandos aprendam a fazer sozinhos em casa. Além disso, Madalena lembrou que as fichas não devem ser coladas, pois precisam estar soltas para o manuseio livre dos estudantes.
Pedro foi ao quadro corrigir as palavras formadas, leu com os colegas, questionou a grafia e estimulou o debate sobre os “erros”. Após a correção, todas as palavras foram também escritas em letra cursiva.
Para integrar a linguagem matemática, Vinícius sugeriu perguntas como: “Quantas palavras foram formadas em casa?”, “Qual a data de hoje?”, “Quais são os biomas brasileiros?”, entre outras.
Encaminhando o encerramento da formação, Pedro sugeriu que os alfabetizadores produzam vídeos de suas turmas para divulgação nas redes sociais do CEPAFRE. Lucas Viana, produtor do filme feito na turma do Goete, fará visitas às turmas para auxiliar na criação dos vídeos. Cada alfabetizador deverá ter sua temática já definida com a turma.
Sobre os óculos, foi informado que estão em trânsito de São Paulo para o Distrito Federal.
Para finalizar o encontro, Waldek fez a leitura do texto distribuído no início da formação: O Analfabeto Político, de Bertolt Brecht.
O encontro foi encerrado às 21h47, com muitos aprendizados, reflexões e propostas concretas para o fortalecimento da prática pedagógica crítica na EJA.



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