Na noite de 25/04/2024(quinta-feira), às 19h, Adriana Dias de Freitas deu início ao curso de Formação Inicial. Os cursistas receberam orientações da coordenação para realizar uma leitura resumida das páginas 07 a 15 do caderno “Alfabetizar é libertar”. Esta leitura tinha como objetivo apresentar as seguintes temáticas:
- 1- Círculo de cultura - p.09
- Fluxograma- p.11
- 2 - Como organizar o círculo de cultura? - p.12
- - Levantamento/ Pesquisa do Universo vocabular- p.12
- - Seleção das Palavras geradoras- p.13
- - Possibilidade figurativa- p. 13
- - Problemática existencial- p. 13
- Dificuldade fonêmica – p.14
Às 19h10min, foi iniciada a apresentação sobre a etimologia dos nomes de cada cursista, na qual os participantes tiveram a oportunidade de compartilhar a origem de seus próprios nomes. A coordenadora Adriana distribuiu palavras geradoras, enumerando-as de 1 a 15, a saber: Religião, Filho, Televisão, Trabalho, Lixo, Eleição, Vizinho, Máquina, Escola, Chuva, Comida, Lote, Secura, Barraco e Associação. Madalena apresentou o dicionário etimológico das palavras, contendo os significados da origem das palavras e suas mudanças ao longo dos séculos, destacando que muitas delas têm origens em outros idiomas, sendo o português uma língua que evoluiu ao longo do tempo, especialmente, a partir de influências do português de Portugal.
As palavras “Religião” e “Trabalho” foram enfatizadas durante a discussão: “Trabalho” é derivado da palavra "tripallum", que remonta a uma forma de trabalho forçado, enquanto “Religião” é entendida como um conjunto de práticas e crenças relacionadas à divindade. A etimologia, explicou-se, é o estudo do significado das palavras, o qual pode variar de acordo com a cultura em que se está inserido.
A coordenadora Madalena, então introduziu as perguntas do caderno de alfabetização, destacando a importância de ler a apresentação sobre a pedagogia emancipadora, uma abordagem que contribui para a execução de políticas públicas. Ela também reconheceu e agradeceu o trabalho das professoras Laura Coutinho e Maria Luiza Pereira, que colaboraram no desenvolvimento do caderno de alfabetização.
Foi discutida a diferença entre Chronos e Kairós, sendo o primeiro relacionado aos tempos tradicionais e fechados, enquanto o segundo refere-se a uma compreensão mais ampla do tempo, caracterizado por uma sinergia positiva. O método foi mencionado como uma forma de provocar perguntas nos alfabetizandos.
Ocorreu um debate sobre a interação do fluxograma, destacando-se que o coordenador atua como mediador e provocador das discussões, enquanto as perguntas impulsionam o debate. Uma vez iniciada a discussão, não é mais necessário que o coordenador impulsione os participantes do Círculo de Cultura, pois os participantes já estão interagindo entre si.
A seleção das palavras geradoras deve caracterizar a realidade dos alfabetizandos, relacionando-se, por exemplo, com o trabalho, que pode estar associado à atividade como limpeza, alimentação e uso de ferramentas, entre outros aspectos. Deve-se ter cautela ao escolher as palavras geradoras, garantindo que estejam relacionadas ao contexto da cidade e do Círculo de Cultura, considerando as dificuldades fonêmicas, que representam quase todos os sons da língua. É recomendável evitar a reprodução excessiva para não sobrecarregar os alfabetizandos, e o uso de imagens pode ser uma ferramenta útil, exemplificado por um cartaz de futebol com a palavra "Jogo" abaixo da imagem, que pode ser explorada de forma figurativa.
Durante a dinâmica, a coordenadora Madalena orientou os participantes a trocarem de lugar e a se movimentarem pela sala, com uma brincadeira de eliminação para aqueles que rissem, seguida de um jogo envolvendo “copinho” e “copão” para animar o grupo. Em seguida, apresentou uma camiseta com uma frase de Paulo Freire na parte de trás, sugerindo que cada participante trouxesse uma frase para o próximo encontro. Uma atividade adicional envolveu os participantes tentando lembrar o nome de todos que pegaram a camiseta de Paulo Freire, realizando uma dança para os que errarem.
Quanto à confecção de materiais, a coordenadora Adriana demonstrou diversos recursos desenvolvidos para trabalhar com os alfabetizandos, destacando a importância de manter as vogais e consoantes alinhadas para facilitar a compreensão. Foram apresentados jogos de cartazes com 19 palavras geradoras, permitindo o trabalho com duas palavras por semana. Além disso, é relevante considerar o material utilizado pelos alfabetizandos para complementar as aulas e atividades, sem necessariamente seguir um modelo fixo do alfabeto brasileiro.
Adriana também trouxe materiais de jogos, como tampinhas de garrafa, palitos e sapateiras, para representar números, enfatizando a importância do planejamento e da variedade de recursos para os encontros. Destacou-se a importância de equilibrar a escrita e a leitura, conhecer os alfabetizandos individualmente , atentar para suas necessidades e realidade, e incorporar aspectos lúdicos ao processo de alfabetização. O encontro encerrou-se às 22h, com recomendação de leitura.
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