Ocorreu na quarta-feira (27/5), de 19h ás 22h, no Anfiteatro 10, ICCSul, UnB – Campus Darcy Ribeiro, Asa Norte, o debate com o tema “Educação Emancipadora e Projeto de Nação”, cujos debatedores foram: o professor Dr. Erlando da Silva Reses da Faculdade de Educação - UnB e o Professor Dr. Valdemar Sguissardi – Universidade Federal de São Carlos.
A professora Maria Luiza Pinho Pereira da UnB, coordenou o debate junto com Dimitri Silveira do Sindsep. Iniciou convidando um representante do servidores da UnB em greve, para apresentar os motivos pelos quais estão em greve.
O professor Valdemar foi o primeiro a fazer uso da palavra, discorrendo sobre uma pesquisa em torno da educação superior no Brasil, apresentando uma realidade bastante critica, apresentando números estarrecedores do que encontrou nessa pesquisa. Colocou que mais de 70% da educação superior no Brasil está nas mãos dos institutos e centros universitários privados “transnacionais”, mantidos com recursos públicos do Fies e do ProUni, enquanto a educação pública tem um quantitativo baixo de alunos e está sucateada, que o governo brasileiro tem feito pouco empenho para reverter essa situação. Além do que, o Congresso não faz nada também, já que 80% dos deputados tiveram financiamento privado de campanha. Disse, ainda, que os cursos de Direito e Administração são a metade das matriculas ofertada nessas organizações, mas que são cursos já saturados e que não oportunizarão ingresso no mercado de trabalho. Esses grandes grupos “transnacionais” lidam com a educação pelo lucro, inclusive aplicando seus recursos em bolsas de valores internacionais. O professor Erlando apresentou a educação mais à linha marxista/socialista, falando sobre a dificuldade de estados e municípios pagarem o piso salarial do professor do jeito que foi estabelecido na legislação. Discorreu sobre a Pec 4.330, Pec da maioridade penal e outros projetos absurdos que estão tramitando no Congresso Nacional. Criticou com veemência o documento “Pátria Educadora” do consultor da Presidência da República Mangabeira Unger, colocando que o mesmo está embutido de experimentalismo e concepção de meritocracia.
Após a palestra dos professores, a plenária foi organizada em vários grupos, a fim de elaborar questões para os debatedores responderem ou esclarecerem.
As perguntas abordaram preocupações com os rumos da educação brasileira, a privatização, a qualidade do ensino público, a educação voltada ao lucro, o papel dos movimentos sociais diante dessa conjuntura, o pensamento de Paulo Freire como concepção de uma educação emancipadora, entre outros.
Encerrado o debate, a Prof. Maria Luiza agradeceu a todos que participaram e divulgaram o evento, convidando a plenária a participar do próximo debate que terá o tema: “Crise Hídrica- Quando a água vira mercadoria. Do local para o Global”.
Participaram pelo CEPAFRE e o MOPOCEM, 20 pessoas de Ceilândia.
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