sexta-feira, 24 de abril de 2015

Veja entrevista da Vice presidente do CEPAFRE no blog Paulo Rizzo 100 Script - (31/3/2015)

No último dia do mês das mulheres, o blog Paulo Rizzo 100 Script traz a história de uma guerreira. Maria Madalena Torres é graduada em filosofia, com especialização em formação de professores e mestres em tecnologias na educação. Quem observa o papel que ela exerce em Ceilândia e a luta dessa mulher pela região administrativa não imagina que ela cresceu em um lar humilde, onde cuidava dos irmãos e fazia todas as tarefas domésticas. Embora tenha nascido em Divinópolis de Goiás, Maria Madalena adotou a cidade, que acaba de completar 44 anos de fundação, quando ela ainda era criança: aos 8 anos de idade. Nessa época, ela se recorda buscar água em um carro pipa junto com o irmão de 6 anos. Em entrevista exclusiva, ela conta por quais cargos passou e os desafios ainda enfrentados na região. Confira:
P.R.: Como você descreveria sua trajetória, principalmente em Ceilândia?
M.T.: A caixa d’água de Ceilândia tem grande significado para a cidade, primeiro, porque com ela garantiu a sobrevivência de todos e, depois, porque tem muito suor do trabalhador naquele monumento de concreto. Essa parte nem todos reconhecem. Descobri com o tempo, que pobre na cidade grande só vai pra frente se estudar, assim, em meio as adversidades fui à luta.
P.R.:Mas, por quais cargos já passou?
M.T.: Desde 1986, sou educadora popular, sócia fundadora do Centro Educação Paulo Freire de Ceilândia. Na instituição, atuo como formadora de alfabetizadores. Já coordenei vários projetos na entidade, como Cine Popular, que acabou originando a minha dissertação de mestrado sobre o cinema na alfabetização de jovens e adultos. Já atuei no curso de pedagogia para professores, fui cedida para o Ministério da Educação, a fim de colaborar nas políticas de Educação de Jovens na Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – SECADI. Também representei o Ministério da Educação numa missão em São Tomé e Príncipe, na África e fui articuladora do Centro de Referência em Alfabetização, em Brazlândia. Em setembro de 2007, retornei à Faculdade de Educação, na UnB, onde fiz a minha especialização, mas encerrei a minha vida acadêmica, por conta de um câncer de mama e me aposente.
P.R.:Mas você continua trabalhando, certo?
M.T.:Sim. Continuo atuando como voluntária na Educação Popular, na equipe de diretoria do Centro de educação Paulo Freire de Ceilândia. Além disso, integro a coordenação de alguns movimentos organizados na cidade.
P.R.: E como está a situação da região administrativa hoje?
M.T.:Há ainda grandes causas que merecem muita luta, como a implantação de parques ecológicos na cidade, a construção de um novo hospital para a Ceilândia, o término do Centro Cultural e Desportivo de Ceilândia; a implantação de cursos noturnos no campus da Faculdade de Ceilândia – UnB, mais bibliotecas públicas, arborização na cidade; cinema e muito mais.

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