sexta-feira, 8 de junho de 2018

Debate Racionamento da água em questão: apurando responsabilidades antes, durante e depois - (07/06/2018)

Na tarde de quinta-feira (07/06/2018), às 15h, ocorreu na Câmara Legislativa do DF(CLDF) um debate reivindicado pelo Comitê FAMA - DF à Comissão Geral, cujo tema foi Racionamento da água em questão: apurando responsabilidades antes, durante e depois.  A mesa foi composta pelo Senhor Ouvidor da Câmara, o deputado distrital Chico Leite, enquanto o deputado Joe Valle (presidente da Comissão Geral da CLDF) ficou ausente por uma hora, visto que ele estava em uma viagem. A composição da mesa foi organizada na seguinte ordem: Jorge Wemek (Diretor da ADASA); Maurício Luduvice (presidente da CAESB); Perci Coelho de Souza (Professor Dr. da UnB, membro do Grito Social das Águas e integrante do Fórum Alternativo Mundial da Água - FAMA DF); Maria Madalena Torres (vice-presidente do Centro de Educação Paulo Freire de Ceilândia e representante do MOPOCEM); Maria Consolacion Udry (representante do Instituto Oca do SOL) e André Lima (ex-secretário de meio ambiente); Os deputados Chico Vigilante e Reginaldo Veras estiveram na Comissão Geral por curto tempo. Vários membros do Comitê FAMA DF se fizeram presentes, assim como membros do MOPOCEM: Viridiano Custódio de Brito, Ivanete Silva dos Santos, Gleuça Marcolino e Maria das Graças de Jesus Araújo.






O deputado Chico Leite fez a abertura falando das regras do debate e a deputada Telma Rufino fez uma apresentação de um projeto de lei de sua autoria sobre a questão ambiental no DF.
O professor Perci fez a leitura de um texto do FAMA - DF, contextualizando o encontro internacional do FAMA, fazendo uma análise da situação ambiental no Brasil e DF e questões específicas referentes ao racionamento da água, além de apresentar a ordem de falas dos participantes do FAMA.


Madalena falou pelo MOPOCEM logo após Igor do SINDÁGUA. Relatou que o MOPOCEM é um coletivo criado em 11/11/2010 e integra pessoas de vários movimentos sociais de Ceilândia. Vem desde sua criação organizando debates, seminários, formação política e atos públicos, objetivando tornar a Ceilândia uma cidade mais autônoma na superação de seus problemas sociais, como nesse caso o foco é racionamento de água.
Na questão ambiental, ao refletir sobre a demora no racionamento da água que se arrasta de forma absolutamente antidemocrática, por mais de três meses, após se saber que os índices dos reservatórios atingiram sua capacidade plena, denunciou essa forma não transparente da prorrogação da política de racionamento da Água no DF que, por isso apresentou alguns pontos de prejuízo à população.

1) Política perversa e injustiça para com os consumidores mais pobres;
2) "Simbolicamente" se apresenta como um "racionamento de classes" (desde a aquisição de reservatório até o tempo de retorno da água às torneiras), visto que ao se comparar o racionamento com os locais em que o potencial da água na torneira foi "diminuído", por não serem sustentados pela barragem do descoberto, percebe-se uma grande desigualdade social;
3) Irresponsabilidade do ponto de vista de saúde pública da população mais pobre; 
4) Por não haver transparência e esclarecimento à população, por meio de reuniões, decisões coletivas audiências públicas; 
5) Na questão de gênero (tripla jornada de trabalho das mulheres antes e depois do dia do racionamento); 
6) Estrago de eletros domésticos como filtro de parede e chuveiros elétricos. 
   
Nesse sentido o movimento propôs: 
1) Fim do racionamento; 
2) Criação dos Parques Ecológicos da Lagoinha, das Corujas e do Parque JK (Metropolitano);
3) Criação dos Parques recreativos do Setor "O", da Guariroba e das demais cidades similares à Ceilândia; 
4) Mapeamento e fiscalização das nascentes, arborização da cidade e preservação do meio ambiente; 
5) Programa permanente de conscientização e esclarecimento à população sobre a importância da coleta seletiva de lixo; 
6) Taxa de água compatível ao consumo, para todo DF; 
7) Política de moradia planejada e sustentável. 

Finalmente, Thiago Ávila e Silva Oliveira (representante da Frente Brasil sem Medo, coordenador do Comitê FAMA - DF) apresentou cinco propostas essenciais, quais sejam: O fim do racionamento, agricultura sustentável, como agroecologia e não o agronegócio; Preservação do bioma cerrado; Redimensionamento dos paradigmas da gestão água, para uma gestão coletiva, dado que a crise é mais de gestão e não só da natureza ou de "São Pedro'' e por fim, reafirma que a água é bem comum e não pode ser privatizada.

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