quarta-feira, 3 de maio de 2017

I Seminário do Coletivo de Mulheres por Ceilândia –(29/4/2017)

Na manhã de sábado (29/04), no Centro Educacional 11 – Setor “P” Norte, ocorreu o I Seminário do Coletivo de Mulheres por Ceilândia. 


A primeiro momento do Seminário se deu no Refeitório com um Café da manhã bem caprichado, seguido de uma roda de apresentações.
Após as apresentações, todos se dirigiram ao auditório e a mestre de cerimônia, a professora Vilma Cavalcante, convidou Lejow, do Vias D' Fato, que cantou três músicas na modalidade Rap, seguido do Sertanejo/Coutry, Cowboy da Viola que também cantou três músicas sertanejas.

No primeiro bloco temático, falaram Madalena Torres, do  CEPAFRE/MOPOCEM, Jane Villas Boas do Instituto Brasília Ambiental(IBRAM) e Lúcia Bessa da OAB.

Madalena Torres destacou que a Ceilândia tem de 589 mil dos habitantes de acordo com dados (PDAD, 2015), mas somente 2,5% da população participa de movimentos sociais. Ela relatou que Ceilândia que mais de 37% dos moradores trabalham na própria cidade. Destacou, também, que apesar de ser o maior colégio eleitoral de Brasília, Ceilândia não recebe a devida atenção dos parlamentares e muitos só a visitam de quatro em quatro anos, no período das eleições, quando querem pedir votos. Disse ainda, que turmas de alfabetização aguardam a publicação do edital do Programa DF Alfabetizado e que a ação do governo é muito lenta, para atender as demandas da alfabetização, bem como a continuidade dos educandos alfabetizados na EJA.

Jane Villas Boas mencionou a relação das mulheres de Brasília com a questão da crise hídrica, lembrando que elas podem ser decisivas quanto a gestão dos recursos naturais, falou que para implementação do Parque do Setor O, só falta o projeto executivo. Para amenizar a questão hídrica, o governo pensa em comprar alguns filtros que poderá retirar o sal da água salgada para dessalinizar a água. Contudo, custará aos cofres públicos 35 milhões e a durabilidade máxima é de cinco anos.
Lúcia Bessa discutiu a necessidade da criação e do fortalecimento de aparelhos do Estado que promovam proteção às mulheres. Ela lembrou que apesar da Ceilândia ser a cidade mais populosa do DF e a que tem os maiores índices de violências contra a mulher, ainda não tem uma Delegacia de Atendimento à Mulheres(DEAM). 
As três falas foram muito relevantes para pensar o futuro da nossa cidade.
No segundo bloco de palestrantes, a primeira a falar foi Kelly Guimarães Gregório(Conselho Regional de Saúde de Ceilândia, CEPAFRE/MOPOCEM); Daniele Alves sobre População em situação de rua, Luciene Velez(Nina), da Associação Meninos de Ceilândia, Rose Eliane da Silva Sousa, junto com Maria Abadia, conversaram sobre Economia Solidária e Banco Popular.


A Kelly destacou a necessidade de se pensar a questão da saúde na perspectiva da integralidade do sujeito e mencionou iniciativas que se orientam por esta concepção, como o Programa Saúde da Família. Ela lembrou o quanto é urgente a criação de um segundo hospital para a nossa cidade e nos convidou a colaborar no trabalho do Conselho Regional de Saúde e na realização da I Conferência de Saúde dá Mulher que acontecerá no próximo mês, no dia 20/5.



Gina Vieira Ponte iniciou com um vídeo sobre o trabalho que realizou junto com Vitória Régia de O.Pires no CEF 12 de Ceilândia Norte, com os alunos entrevistando mulheres inspiradoras de suas vidas,as mães, as avós e mulheres da própria comunidade. Além disso,incentivou-os com algumas leituras, para conhecimento de Anne FranK, Carolina Maria de Jesus, Malala,Maria da Penha etc. Na sequência falou da obra "Mulheres Inspiradoras" que já ganhou vários prêmios nacionais e internacionais, mas o melhor é que virou projeto do governo local e, hoje, Gina e Vitória estão realizando esse trabalho em muitas escolas do DF.
Nina Velez falou sobre a importância da cultura estar articulada em todos os processos sociais da cidade e mencionou o papel decisivo no fortalecimento de espaço  do Centro Cultural e a Biblioteca Pública Carlos Drummond de Andrade.
Daniele falou dos desafios que enfrenta na militância pela causa da população de rua,  como a saúde, educação, trabalho e, ainda, encontrar lugares para fazerem as refeições, tomarem um banho. Contou a experiência positiva da Revista Traços que tem ajudado as pessoas na mudarem de vida, a deixando as ruas, para a reinserção social.
A Revista Traços é um projeto poderoso de reinserção social, voltado para um segmento da sociedade que nem sempre recebe a devida atenção das políticas públicas.


Por último falaram Rose Eliane de Samambaia e Maria Abadia da Estrutural que são lideranças que atuam com a promoção da Economia Solidária e do Banco Popular. É uma proposta que se opõe à lógica do capitalismo predatório e da exploração ilimitada e sem critérios, tanto dos recursos naturais, quanto da força do trabalho humana. Elas destacaram que a Economia Solidária pretende propor uma economia mais justa, mais solidária, inclusiva e sustentável. A Rose fez questão de esclarecer que, as Feiras de Economia Solidária não são "Feirinhas de Artesanato", mas de resistência, é um contra-ponto ao modelo de economia que atual.


O encontro foi encerrado com representantes da Justiça Comunitária de Ceilândia, realizando a oficina de confecção da  boneca Abayomi e contando a história que deu origem à boneca
As diretoras do CEPAFRE  agradecem às organizadoras, Ivanete Silva dos SantosVilma CavalcantiAnne Pinheiro e Luciana Brito, que fizeram o convite  à Kelly Grigório e Madalena Torres, diretoras do CEPAFRE e participantes ativas do MOPOCEM e do Conselho Regional de Saúde de Ceilândia, para falarem sobre Saúde e Educação.








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