sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Debate: “O POVO NÃO É BOBO: POR UMA MÍDIA POPULAR”- (06/08/2015)

Na noite de quinta-feira (06/08), ocorreu o quinto tema de uma série de debates propostos, organizado pelo Coletivo Sindical Popular e Estudantil de Formação Política, formado pelo SINDSEP-DF e os seguintes movimentos: Levante Popular da Juventude, Grupo de Estudos e Pesquisas Consciência FE/UnB, Grupo de Trabalho Pró Alfabetização do Distrito Federal (GTPA Fórum EJA/DF), Centro de Educação Paulo Freire (CEPAFRE), Movimento por uma Ceilândia Melhor (MOPOCEM), Comunidade Sol Nascente, LOCCUS-UnB, Associação Comunitária da Expansão do Setor “O” (ACESO) e o Centro de Cultura e Desenvolvimento do Paranoá e Itapoã/DF(CEDEP).
O debate aconteceu no auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Praça Municipal, Qd. 2, Lote 5 – Central. Para compor a mesa, a professora Maria Auxiliadora Cesa chamou o prof. da UnB Venício Artur de Lima (aposentado) e o Jornalista da TV Comunitária Beto Almeida. 
O prof. Venício Artur iniciou os trabalhos abordando seis características da mídia: 1 – Governo Vargas – modelo dos EUA; 2 – Código Brasileiro de Comunicação; 3 – Poder da mídia oligopolizada; 4 – Financiamento público para empresas privada de comunicação; 5 – Manipulação da opinião pública; 6 – Midiatização penal: A justiça ficou a reboque dos grandes grupos da mídia. Concluiu abordando a internet, ressaltando que o poder da internet não é tão forte como muitos imaginam, uma vez que, de cada 10 (dez) pessoas que estão conectadas, 7 (sete) acessam sites dos grandes grupos da mídia como por exemplo: G1, Globo News, Globo.com, uol e outros. O professor também destacou que é necessário cumprir uma pauta mínima: Recadastrar e fiscalizar todos os meios de comunicação concessionários; Elaborar os critérios para distribuição de verbas publicitárias. 
Em seguida, o Jornalista da TV Comunitária, Beto Almeida deu prosseguimento ao debate. Iniciou sua fala fazendo a seguinte afirmação: “Vou fazer um tentativa de explicar a armadilha no qual fizemos para nós próprios cairmos”, ressaltou que os grupos poderosos que controlam a mídia brasileira são os mesmos grupos que estão orquestrando uma conduta golpista e antidemocrática a um governo que tirou o país do mapa da fome, de acordo com a ONU, algo que não foi dado a menor importância por essa mídia.   
Chamou a atenção para o fato do governo do ex-Presidente Lula não ter feito um termo de cooperação com a Telesur -  uma rede de televisão multi-estatal (ou seja, de vários governos)- para a  América com sede na Venezuela, uma vez que na época o então governador do Paraná, Roberto Requião, enfrentou o Grupo RBS, retransmissora da TV Globo da região sul do pais, e abriu uma retransmissão da Telesur no Paraná. 
O mesmo propôs ao Presidente Lula que se fizesse isso, no entanto, o então Ministro da Casa Civil, José Dirceu, não comprou a ideia na ilusão que a grande mídia seria aliada do governo. Destacou que a Presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, fez o enfrentamento com o Clarin, um grande grupo de mídia naquele país, e autorizou instalação da Telesur. Hoje, a Argentina conta com 28 canais abertos com a mais variada programação: cultura, ciências, entretenimento, documentários e outros. Outro destaque, é o Governo Federal que refinanciou a crise financeira do Grupo Globo, via Banco Nacional de Desenvolvimento – BNDES, e ainda ao longo do governo Lula e da Dilma foram aplicados 6 (seis) bilhões de reais em publicidade para a grande mídia, é o mesmo que pagar para apanhar. Observou que na Venezuela o governo Chaves fortaleceu as mídias comunitárias e universitárias.  E salientou que na Venezuela, Equador e Bolívia são países que praticamente acabaram o analfabetismo e, por incrível que pareça, essa informação não chegou por completo ao Brasil. 
Mais tarde, Beto Almeida fez os seguintes questionamentos: “Os médicos cubanos inventaram uma cirurgia que devolveu a visão para mais de três milhões e quinhentas mil pessoas na América Latina, quem aqui sabe disso?”, “O Brasil tem o maior banco de leite materno do mundo, quem aqui sabe disso?”. Lamentou o fato de que no Brasil existe uma regulamentação antidemocrática, pois é punida a pessoa que tem uma rádio comunitária. Falou que o Brasil deveria ter uma internet própria, interligando os BRICS, pois a qualquer momento os EUA podem fechar as conexões da rede mundial de computadores. Como solução, propôs o jornal impresso, que seria distribuído gratuitamente em todo o DF. Jornal que contrapõe a grande mídia. 
Após sua fala, iniciou-se o debate onde as pessoas puderam oralmente ou por escrito realizar perguntas aos palestrantes. 
Esse evento contou com participação dos companheiros de Ceilândia: Gilberto Nascimento, Alisson Rocha, Maria Modesto, Kelly Guimarães, Luciano Matos e Vânia Nascimento.



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